segunda-feira, 2 de março de 2020

AS FESTAS DO POVO DE CAMPO MAIOR (4)

Depois da Segunda Grande Guerra, mais concretamente, nos anos cinquenta do séc. XX, as Festas do Povo de Campo Maior conheceram um extraordinário desenvolvimento. Rapidamente ganharam fama com a crescente projecção para lá da fronteira, devido à emigração massiva para as grandes cidades do litoral e, depois, para além-Pirinéus. As Festas do Povo de Campo Maior, originariamente um fenómeno de cultura popular, foram-se tornando lugar de grande romaria, apesar de não estarem muito ligadas a qualquer fenómeno de culto ou de peregrinação.
 Passados mais de cem anos, a vila de Campo Maior, conseguiu manter esta tradição. De uma noite para a manhã do dia seguinte, os “tectos” cobriam as ruas de cordões de flores que protegiam do esbraseamento do Sol. Cada rua terá procurado encontrar uma maneira nova de se cobrir por esta espantosa magia: rosas, cravos, tulipas e uma miríade de outras flores que, pela perfeição do seu dissimulado artifício, chegam a ter tal naturalidade que, põem em dúvida, serem flores de papel. Perante tamanha beleza, torna-se inevitável, perante tal sortilégio, o espanto e somos levados a pensar como foi possível consegui-lo, graças ao empenho colectivo das sucessivas gerações de campomaiorenses.
Mas, agora coloca-se outra questão: Até quando poderá subsistir tanta magia se vivemos tempos de tão rápidas e acentuadas mudanças? Provavelmente as Festas do Povo de Campo Maior terão o destino de todos os milagres: existirão até que existam em Campo Maior, mulheres e homens capazes de acreditarem que elas podem ainda acontecer.
Como todos os fenómenos sociais, para garantirem a sua sobrevivência, as “Festas de Campo Maior”, vão ter de evoluir, adaptando-se às novas condições da sociedade em geral e, em particular, às da comunidade campomaiorense.

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